Necessidades tecnológicas para Aveiro

A tecnologia já está presente na nossa vida. Essa nova realidade vem acompanhada de diversas vantagens. A Internet of Things, juntamente com o Big Data, já são e continuarão a ser a forma de sistema inteligente mais utilizada num futuro próximo. Com estas tecnologias, a saúde, a educação, a política, o mercado de trabalho, e outros setores da nossa vida serão amplamente beneficiados.

Um estudo de 2019 dirigido pela empresa Ernst & Young S.A. sobre a digitalização em Portugal, aponta que, globalmente, os portugueses avaliam o impacto do digital nas suas vidas como muito positivo, com 75% a reconhecer vantagens ao nível da comunicação com a família e amigos e 73% com a mesma opinião no que respeita à comunicação a nível profissional.

Apesar dos benefícios apontados, a mesma pesquisa identificou que os portugueses são céticos quanto ao grau de modernidade da economia digital, com 45% a acreditar que estamos ligeiramente ou muito atrasados face a outros países desenvolvidos. As mulheres e os mais jovens são os que têm uma perspetiva menos otimista quanto ao grau de modernidade da economia.

Mas é um equivoco pensar que não existem oportunidades tecnológicas em Portugal. O setor tecnológico não discrimina idade, nem género. Está a expandir o papel das mulheres nos quais várias empresas incentivam as programadoras através de programas específicos. Os jovens também são privilegiados, uma vez que no país há diversos centros de excelência em formação tecnológica, além de programas específicos de formação (rápidos) que facilitam a sua inserção no mercado de trabalho.

A região de Aveiro é pioneira, quando se trata de oportunidades nas áreas tecnológicas. O Gabinete de Inserção Profissional (GIP) da Câmara Municipal de Aveiro, que tem como missão prestar apoio a jovens e adultos desempregados no seu percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho, divulga semanalmente as vagas disponíveis na região. Só em 2020 cerca de 22,5 % dos anúncios divulgados respeitava a áreas TICE (Tecnologia da Informação, Comunicação e Eletrónica), com especial destaque para oportunidades nas áreas de programação, dados, desenvolvimento de softwares e testes.

As áreas com maior oferta pelas empresas da região coincidem com o estudo sobre os gaps de competências da região realizado pelo Observatório do Emprego, onde programação, machine learning, big data, teste de software apareceram como as áreas identificadas pelas empresas como onde há maior carência de profissionais.

O que se observa é um cenário de falta de mão de obra especializada onde muitas empresas têm dificuldade em encontrar especialistas para preencher as posições oferecidas  

Para o futuro a ênfase continuará a ser na procura de profissões especializadas no uso de dados digitais, com foco nos profissionais ainda escassos no mercado, nomeadamente o case de cientistas de dados.

Recusar a capacitação em novas tecnologias tornará o profissional desfasado em relação à oferta de oportunidades e colocará um problema ainda mais relevante no contexto da digitalização, onde algumas profissões serão extintas e outras reformuladas.