Você sabia

No contexto em que a União Europeia caminha para construir um continente com metas de emissões zero para 2050, o setor da indústria deverá empenhar-se em reduzir as suas emissões, para 2030, em 2,3% ao ano para 6,9 Gt CO2, mesmo com o crescimento previsto da produção industrial.

Entre 2010 e 2019, o consumo de energia pelo setor industrial aumentou em média 1% ao ano, a acrescer à necessidade por produtos industriais e às emissões de CO2. Segundo a Agência Internacional de Energia, no Industry Tracking Report de 2021, para que se possível atingir as metas do Cenário de Emissões Zero Líquidas, o crescimento do uso de energia precisa ser limitado a cerca de 0,9% ao ano até 2030.

Nesse contexto, a tecnologia e a digitalização podem ajudar e acelerar na resposta às as metas do desenvolvimento sustentável e a outros desafios globais. Tecnologias como Inteligência Artificial, aplicativos agrícolas e inovações energéticas podem-nos ajudar a lidar com as mudanças climáticas e a necessidade de redução das emissões.

Assim, as chamadas tecnologias de baixa emissão de carbono (LCET) são apontadas como soluções técnicas inovadoras, com uma baixa intensidade de emissão, em comparação com as alternativas de última geração. São muitos os exemplos de LCET que podem ser apontados como aumentar a taxa de utilização dos recursos disponíveis (bombas de calor, calor e energia combinados), reduzir a necessidade primária dos meios de produção (DC-Smart Grids, gerenciamento de instalações inteligentes e digitalizadas), “reutilizar” emissões inevitáveis ​​(captura e utilização de carbono) ou utilizar recursos renováveis ​​(fotovoltaica, aquecimento geotérmico, hidrogênio).

Entretanto, alguns aspetos precisam ser considerados. O primeiro é garantir o acesso equitativo à inovação, garantir a avaliação da proliferação do lixo eletrônico (e-waste, em inglês). Mais um aspeto apontado envolve o incentivo ao desenvolvimento de produtos, nomeadamente, soluções LCET. Como se sabe, a criação de um novo produto leva algum tempo, e para aqueles que permitem alcançar a neutralidade de carbono, é necessário confirmar alguns padrões técnicos, como o da pegada de carbono incorporada (pcf), que representam ainda uma maior espera, Assim é necessário gerar incentivos e espaço no mercado para acelerar ainda mais sua produção.

Sauer, A., Chugh, A. (2022) “What are low-carbon emitting technologies? An expert explains”. World Economic Forum Fillmore, J. (2021) “Why digital upskilling is a crucial part of sustainability”. World Economic Forum Sault, S. (2021) “SDIS21: Tech for Good - What are the challenges in making technology more sustainable?”. World Economic Forum

A qualificação digital permite contribuir para a sustentabilidade porque garante a continuidade da força de trabalho para a sociedade. É o que mostra um estudo da PwC de 2020, em que as conclusões chamam a atenção de que as empresas com os programas de qualificação mais avançados tiveram três vezes maiores melhorias na inovação. A qualificação traz obrigatoriamente benefícios ambientais mais amplos, uma vez que quanto mais digitalmente literados , mais capazes as pessoas estão de criar soluções mais eficientes e que contribuam para a sustentabilidade ambiental. 

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