Qual foi o impacto da pandemia na região de Aveiro? – A voz às empresas

A medida que os vários países entraram em confinamento, as pessoas foram forçadas a manter o distanciamento social e trabalhar em casa, as empresas em todas as economias começaram a sentir o impacto da pandemia. Assim, as tecnologias digitais tornaram-se um pilar fundamental desta nova fase da vida dos países. O covid-19 tem desafiado as empresas a mudarem durante a pandemia. De certa forma este empurrão da transformação digital descobriu o que já se sabia: não há escolha, a digitalização da economia é uma realidade.

Compras online, videoconferências, eventos online, teletrabalho e aulas online já fazem parte da nova rotina. O sistema de educação formal também sofreu a mudança, com esforços de ensino a distância. Em suma, essas adaptações necessárias têm levado pequenos e grandes negócios a rever a sua forma de atuação no mercado e a sua visão sobre a maior digitalização dos seus processos.

As empresas precisaram de se tornar digitalmente flexíveis. Mesmo empresas que anteriormente resistiam a adotar sistemas mais digitais agora, utilizam videoconferências, compartilhamento de documentos e usufruem de todos os benefícios que a tecnologia pode trazer para facilitar o distanciamento (forçado) provocado pela pandemia. Em contrapartida, a segurança das informações é um fator essencial no mundo das empresas e esse é também um dos maiores desafios que se colocam atualmente. As empresas que se encontram em processos mais avançados de digitalização apresentam uma vantagem que as coloca na liderança desta realidade.

O impacto da pandemia nas empresas foi um dos assuntos abordados nas entrevistas realizadas nas últimas semanas pela equipa do Observatório do Emprego com empresas do setor das TICE e Indústria da região de Aveiro. Essas entrevistas pertencem ao conjunto de ações que tem como objetivo identificar as prioridades e necessidades de qualificação de Aveiro, mais especificamente identificando as competências para a transformação digital exigidas pelo mercado de trabalho regional. A primeira conclusão a referir é o beneficio resultante do teletrabalho mencionado na maioria das empresas.

Todas as empresas entrevistadas tiveram pelo menos uma parte dos trabalhadores em teletrabalho. Só não se verificou a mudança da modalidade para os casos não possíveis como os trabalhadores envolvidos nos processos produtivos e continuaram a desenvolver a sua atividade na empresa.

As empresas relataram que o processo de teletrabalho aconteceu naturalmente e apenas alguns ajustes foram necessários para a implementação de algumas (não novas) ferramentas, principalmente relacionados a questões de segurança. Dentre os meios de comunicação utilizados o Skype foi o mais citado, sendo mencionado por 40% das empresas, seguido pelo o Microsoft Teams e o Zoom que foram citados igualmente por 30% das empresas.

Foi também referido pela maior parte das empresas, que as principais vantagens foram o aumento da produtividade de algumas equipas e a redução das deslocações. As reuniões terem-se tornado mais objetivas e a redução do número de emails também foram mencionados. Foi salientada a existência de apoio psicológico para os funcionários que tiveram mais dificuldades de adaptação, por se tratarem de pessoas mais extrovertidas.

Em suma, as empresas mencionaram que o trabalho à distância pode ser tão produtivo como o trabalho na empresa. Esta experiência vivenciada foi importante para que os receios associados ao digital/plataformas de trabalho se dissipassem e facilitou que as ferramentas se revelassem como muito úteis para evitar alguns dos inconvenientes do trabalho presencial. A maioria das empresas considera mesmo manter o teletrabalho em algumas áreas da empresa, dentre todas entrevistadas, apenas uma mencionou a não continuidade do teletrabalho mesmo depois do fim do distanciamento social motivado pela pandemia. Os resultados do trabalho do Observatório sugerem assim que a migração de algumas funções para modelos de trabalho remoto e distribuído é uma tendência inequívoca em Aveiro, e para a qual será necessário desenhar respostas adequadas de formação a muito curto prazo.