Profissões digitais como forma de inclusão de jovens com necessidades especiais no mercado de trabalho

De acordo com dados da Comissão Europeia, atualmente, 87 milhões de pessoas apresentam algum tipo de deficiência. Destas, 50.8% encontram-se empregadas, 28.4% em risco de pobreza ou exclusão social e 29.4% possuem ensino superior. Outro dado relevante é que 52% das pessoas com necessidades especiais, sentem e alguma forma de discriminação.

O relatório “Digital Jobs for Youth with Disabilities” da S4YE de 2021 aponta, que as profissões digitais podem fazer parte de uma estratégia para incluir jovens com necessidades especiais no mercado de trabalho. Nesse sentido, a pandemia promoveu o crescimento de ocupações que oferecem condições mais flexíveis que permitem uma maior acessibilidade, por meio de ambientes remotos, a pessoas com necessidades especiais.

Como razões para investir nessa estratégia está a possibilidade que as tecnologias digitais têm de desenvolver competências a partir de novas experiências de aprendizagem e de autodesenvolvimento.

Além disso, os avanços tecnológicos têm fomentado um aumento na economia digital, no desenvolvimento de novas formas de empregos digitais como a terceirização de processos de negócios e empregos digitais de ‘gig’, os quais utilizam o modelo de trabalho digital offshored e redirecionando trabalhadores e áreas que não seriam acessíveis, o que permite envolver jovens com necessidades especiais. Assim, o modelo virtual de trabalho pode ajudar a construir autoestima, bem como sentimentos de criatividade e contribuição social. Além disso, as ferramentas digitais podem possibilitar uma execução mais eficiente de algumas tarefas, a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos, e também abrir caminho para que as candidaturas a postos de trabalho sejam feitas de forma mais igualitária.

O desenvolvimento de novas plataformas digitais permitiu o acesso a novos mercados e ao empreendedorismo, uma vez que possibilitam uma maior interacção com os clientes que por vezes era inviabilizada por barreiras físicas.

Por fim, as ocupações digitais não servem somente como ferramenta para uma aumentar a inclusão dos jovens, mas, também permite uma maior igualdade de género. Uma vez que jovens mulheres com necessidades especiais sofrem com discriminação no ambiente de trabalho, falta de oportunidades e com as pressões sociais e familiares que desestimulam sua participação no mercado de trabalho.

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Singh, S. (2021) ”5 ways digital working can help young people with disabilities into digital jobs”, World Economic Forum

https://www.s4ye.org/sites/default/files/2021-02/S4YE.Digital.Jobs_.for%20youth.with_.disabilites.FINAL_.02.23.2021.pdf